terça-feira, 2 de abril de 2013

Escola Pinto Marques no lançamento do Pacto pela Educação no Pará




Diretora Dione Argolo, Técnica Andrea (Tarte), Profª Raquel Veiga (Arte)
Representantes dos alunos da Escola Pinto Marques
Melhorar a qualidade da educação pública no Estado e aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que há três anos consecutivos se mantém abaixo da média nacional, de 3,4 pontos. Com esses objetivos foi lançado nesta terça-feira (26), o Pacto pela Educação do Pará, pelo governador em exercício, Helenilson Pontes. Mesmo de licença médica, o governador Simão Jatene participou da cerimônia.
Em cinco anos, a meta principal é alavancar em 30% o Ideb paraense, em todos os níveis de ensino (Fundamental I e II e Ensino Médio). O lançamento aconteceu no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
Mais de R$ 10 bilhões, oriundos de recursos ordinários do Estado, serão investidos no pacto. Também já estão assegurados cerca de R$ 700 milhões, obtidos no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Além de aumentar o índice do Ideb, o esforço integrado tem como meta a melhoria do desempenho dos alunos paraenses, da infraestrutura das escolas e da gestão educacional. Entre as ações do Pacto, está a construção de 50 novas escolas e 250 quadras esportivas, e a reforma e ampliação de outras 200 unidades de ensino. Ao longo dos cinco anos, a expectativa é efetuar 70 mil novas matrículas.
Compromisso - “O primeiro passo para melhorar é reconhecer que nós não estamos bem. O segundo é ter a coragem e ousadia de transformar a realidade, e colocarmos o Pará no caminho certo. Estamos assumindo aqui um compromisso, e convidando toda a sociedade paraense para se envolver conosco neste grande Pacto”, afirmou Helenilson Pontes.
O governador em exercício quebrou o protocolo e passou a palavra ao governador Simão Jatene, que enfatizou, especialmente à classe política, a importância do Pacto. “Essa união de esforços não é do governo, mas da sociedade, e precisa ser mantido, independentemente de quem esteja na posição de governador”, afirmou Simão Jatene.
Segundo o governador, durante a elaboração do projeto foi constatado que, ao final do Ensino Médio, apenas 3% dos jovens paraenses atingiram um nível aceitável de aprendizagem em Matemática. Jatene informou que os investimentos estaduais e municipais em educação, por ano, chegam a R$ 5 bilhões. “De forma grosseira, é como se a sociedade gastasse mais de R$ 4 bilhões sem retorno. Por isso, há necessidade de tomarmos consciência do nosso desafio. Qualquer pesquisa que se faça no Pará, e no restante do Brasil, a educação não aparecerá no primeiro momento. Mas a realidade é que estamos tão carentes de educação que não somos capazes de reconhecermos sua falta”, ressaltou Simão Jatene.
Na ocasião, Helenilson Pontes assinou dois decretos, um que estabelece normas técnicas para a escolha de diretores e vice-diretores das unidades “Seduc” na Escola (USEs) e das Unidades Regionais de Educação (Ures), e outro que cria os Comitês Regional e Estadual do Pacto pela Educação.
Quadro - Em 2011, nos anos iniciais do Ensino Fundamental o Pará obteve nota 4,2 na Prova Brasil (avaliação aplicada em todo o país para medir o nível de aprendizado). Nos anos finais, a nota foi de 3,7.
No Ensino Médio, o desempenho das escolas públicas vem oscilando desde 2005, quando foi criado o Ideb. Partiu da nota 2,8, chegou a 2,7, em 2007; a 3,1, em 2009, e voltou a 2,8, em 2011. Neste ano, será realizada uma nova avaliação, e a expectativa é que o índice ganhe um novo fôlego.
Outro quadro crítico apontado pelos dados se refere à evasão escolar. Em todo o país, o Pará tem hoje uma das maiores taxas, sendo que apenas 31% dos jovens concluem o Ensino Médio. Isso significa que 70% deles se tornam adultos sem condições de enfrentar de forma competitiva o mercado de trabalho.
Também é baixo o percentual de alunos com a aprendizagem considerada adequada. A escolaridade média da população paraense é de 5,9 anos, abaixo da média nacional, que é de 7,2 anos.
O Pacto pela Educação busca atingir sete resultados:
- Aumentar o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental;
- Melhorar o desempenho dos alunos do Ensino Médio;
- Investir na qualificação dos profissionais da educação;
- Renovar a estrutura física das escolas e melhorar os recursos didáticos pedagógicos utilizados em sala de aula;
- Aprimorar a gestão da Secretaria de Educação em todos os níveis administrativos;
- Envolver governo, escolas e comunidade nas ações destinadas à melhoria das atividades educacionais, e
- Fomentar o uso da tecnologia da informação, para a melhoria da prática docente e da gestão escolar.
Andamento - Cláudio Ribeiro, titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), responsável pelos programas e projetos previstos no Pacto, informou que algumas das ações já estão em andamento, e devem apresentar resultados este ano, como é o caso do Projeto Jovem de Futuro (PJF), que está presente em 400 escolas, com a meta de, até 2014, chegar a todas as unidades do Ensino Médio do Estado, e as escolas de tempo integral, que totalizam 14 em todo o Estado.
Outra ação é o programa de capacitação “Ideb Pará”, que desde 2011 já capacitou 2.200 professores de Língua Portuguesa e Matemática, atingindo 65 mil alunos em todo o Estado, par melhorar o desempenho na Prova Brasil.
Desde 2011 também, cerca de 200 escolas passaram ou estão passando por reformas e adequações. Além disso, a rede estadual já iniciou as licitações de outras 400 obras, previstas pelo Programa Mais Saber.
Parcerias – Para que o Pará concretize as metas do Pacto, o governo do Estado propõe um esforço integrado entre todos os setores e níveis de governo, sociedade civil, fundações, organizações não governamentais (ONGs), iniciativa privada e organismos internacionais.
“Quando a gente fala de um Pacto pela Educação no Pará estamos falando da educação pública como um todo. Então, a parceria com os municípios é extremante importante. Assim, é fundamental que cada segmento, cada comunidade, abrace a sua escola e tenha um sentimento de pertencimento. É primordial que a população assuma essa condição”, ressaltou Cláudio Ribeiro.
Na avaliação do secretário, o Pará vive um cenário socioeconômico favorável, que vem estimulando a parceria de vários segmentos empresariais no Pacto. Cláudio Ribeiro informou que a implantação dos grandes projetos e o volume substancial de recursos privados nas variados setores, exige uma melhor preparação e qualificação da mão de obra local. “Uma população mais bem preparada é melhor para que essas empresas tenham condições de arregimentar a mão de obra necessária aqui mesmo, o que é mais vantajoso, até mesmo do ponto de vista econômico”, reiterou.
Durante a cerimônia, prefeitos e representantes de empresas, institutos, organismos internacionais, classe artística e outros segmentos sociais assinaram o pacto.
O superintendente do Unibanco, Ricardo Henriques, destacou a participação da instituição no Programa Jovem do Futuro, e afirmou que o Unibanco é parceiro do Estado na melhoria da qualidade da educação. Pedro Vilares, diretor presidente do Instituto Natura, também firmou a parceria, e disse que os cerca de 60 mil revendedores da Natura no Estado também serão mobilizadores do Pacto.
A diretora no Brasil do Instituto Synergos, Wanda Engel destacou que o conjunto de forças vai qualificar as ações do Pacto. “O Pacto não é um conjunto de boas intenções, mas sim de compromissos, com metas estabelecidas e definidas. O que se pretende é juntar todas essas forças, para que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica cresça, em cinco anos, 30%. Os recursos básicos estão garantidos pelos governos estadual e federal, e será a união de forças da sociedade que dará força às ações deste grande mutirão”, afirmou.       
METAS
Melhoria do desempenho do aluno
- Aumentar a carga horária nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, para mais de 90 mil alunos da rede estadual;
- Ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola;
- 14 escolas de horário integral;
- 400 escolas estaduais no Programa Mais Educação, mais as escolas municipais que aderirem ao projeto;
- 500 escolas estaduais de Ensino Médio com o Projeto Ensino Médio Inovador/Jovem do Futuro.
Melhoria da Infraestrutura
- 50 novas escolas ao longo de cinco anos, ampliando para 70 mil o número de matrículas;
- 200 ampliações e reformas em unidades escolares;
- Construção de 250 quadras esportivas
Melhoria da Gestão
- Processo de capacitação contínua dos profissionais da Educação, ofertado pela Escola de Governo do Estado do Pará (EGPA). Previsão de qualificar 5.500 gestores escolares do Estado, com a possibilidade de participação de profissionais dos municípios;
- Implantação do Sistema Paraense de Avaliação da Educação para toda a rede estadual e por adesão, para todos os municípios.
Projeto prevê a integralidade de ações na qualidade da educação no Estado
A Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) foi um dos organismos estaduais que participou do lançamento do projeto Pacto pela Educação no Pará. A presidente do órgão, Terezinha Cordeiro, destacou que a educação é a porta de saída para a socioeducação. “Nesse sentido ela é extremamente importante, é a base de tudo. Nós temos que somar esforços para fazer com que a educação, o aprendizado, a qualificação profissional e as oportunidades em geral cheguem da melhor maneira possível aos jovens que estão cumprindo medida socioeducativa”, frisou a presidente, lembrando que “a educação prescinde a socioeducação”.
Sob esta ótica, a Fasepa, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), vem promovendo desde o início deste ano sistemáticos encontros e reuniões com o objetivo de construir um alinhamento curricular para a socioeducação a partir de uma proposta pedagógica com diretrizes metodológicas claras e bem definidas. De lá pra cá, já foram debatidos e avaliados temas diversos como a transversalização e realização de curso de formação continuada, voltados para a construção uma educação transformadora.
Entre as ações que, neste primeiro momento, serão norteadoras dos processos e resultados avaliativos do Pacto pela Educação do Pará, estão o direcionamento de investimentos na qualidade de ensino, qualidade da aprendizagem e tecnologia da informação, melhorias na condição física das escolas e apoio ao trabalho do professor.
Um dado importante a ser considerado é a baixa ou nenhuma escolaridade e o déficit de atenção dos adolescentes e jovens que dão entrada no sistema socioeducativo. De cada dez, sete estão fora da educação regular de ensino. O que representa em números percentuais algo em torno de 70% a 75% do total da comunidade estudantil socioeducativa hoje atendida na Fasepa.
Fonte: Site da Ioepa

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